Com a pandemia da Covid-19, a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), por meio de sua Diretoria de Direitos Humanos, tem instruído lideranças indígenas a seguir as orientações das autoridades em saúde mundiais, Governo Federal e do Estado para combater a transmissão do Coronavírus entre os povos indígenas do Tocantins.
A diretora dos Direitos Humanos da Seciju, Sabrina Ribeiro, afirmou que não serão medidos esforços para fazer com que as comunidades indígenas compreendam a importância destas orientações sobre a reclusão social para prevenção ao Coronavírus. "Estamos empenhados em fazer com que a compreensão sobre este resguardo social seja assimilada com eficácia por todos os indígenas, pois é de suma importância essa compreensão, ao modo que tratar essa pandemia em meio as aldeias seria algo bem mais complexo", alertou.
Segundo a gerente de Diversidade e Inclusão Social da Seciju, Nayara Brandão, a atitude mais eficaz para o combate à propagação da covid-19 é a reclusão, sendo esta medida adotada pelos povos indígenas do Tocantins. ”As aldeias estão com restrição de visitas desde do início do mês, todos os órgãos que trabalham na proteção dos povos, auxiliaram com informações de proteção e com apoio ao isolamento social”, explicou.
A coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Laudovina Pereira, contou que os povos indígenas do Tocantins tomaram medidas de prevenção ao contágio. “As lideranças indígenas estão preocupadas e alguns povos como Apinajé, Krahô, Krahô-Kanela, Karajá de Xambioá, Karajá e Javaé estão fazendo por conta própria o fechamento das entradas dos seus territórios, com barreiras, evitando assim, a entrada de pessoas que não são indígenas, para se protegerem do Coronavírus”, destacou.
A coordenadora falou também que as lideranças estão preocupadas com a ida dos indígenas as cidades para receberem os recursos dos programas sociais, como bolsa família e aposentadoria, que são utilizados para fazerem compras de suprimentos necessários a sobrevivência e nesse contexto contraírem a doença, levando o vírus para as aldeias.
Para prevenir que isso aconteça, as lideranças têm orientados os indígenas, com base nas informações repassadas pelos meios de comunicação baseadas em recomendações das autoridades de saúde, que limpem tudo que entra nas comunidades. “Eles estão atentos aos materiais e insumos que são externos e que porventura entram nas aldeias, como alimentos, por exemplo”, disse.
Na aldeia Horo Tory, o indígena Admilton Karajá pediu à sociedade em geral que neste momento sejam evitadas visitas. “Todos temos que ter consciência que nossa imunidade é muito baixa. Então, precisamos manter isso”, concluiu.
As ações que estão acontecendo de interrupção de visitas às terras indígenas, acontecem em consonância com a Portaria nº 419, de 17 de março de 2020, da Fundação Nacional do Índio (Funai), a qual suspendeu o acesso de visitantes por 30 dias.
*Com informações da Secom/TO