O objetivo da celebração é reverenciar as pessoas escravizadas mortas e os entes queridos que já faleceram.
No dia 1º de novembro acontece a missa com o Padre Valdemir, a partir das 19h. Já no dia seguinte, 2, acontece o ritual que se inicia a partir das 5h, com concentração dos congos da igreja local. Depois que os túmulos são enfeitados e as orações concluídas, os congos e demais moradores retornam. O trajeto dura cerca de 3km com duas paradas de 10 minutos cada uma para alimentação e descanso. Ao chegar na casa do Imperador, eles dançam as tradicionais suça e jiquitaia ao som dos batuques e tambores cantarolando as cantigas ensinadas pelos seus antepassados.
O rei e a rainha deste ano são Jodivaldo de Souza (Luango) e Janaina Ramalho. “É muito bom estar presenciando e levando para frente as nossas tradições, reunir a comunidade, parentes e amigos nesse momento que nos relembra a importância daqueles que lutaram para que tivéssemos voz e dignidade e honrar suas vidas e lutas”, declarou Jodivaldo.
Anne Karianny Moreira é mestranda em comunicação e sociedade e sua dissertação é sobre a comunidade quilombola Morro de São João, comunidade a qual pertence. A estudante pontua de que forma a pesquisa pode trazer resultados positivos. “A partir do momento em que as tradições e costumes do quilombo são postos dentro desse âmbito científico, é possível registrar e documentar essa cultura. Além disso, leva visibilidade e o conhecimento para mais pessoas”, destaca a pesquisadora.
O Festejo é realizado todos os anos no Distrito Quilombo Morro de São João, localizado na cidade de Santa Rosa.