Terça, 14 de Outubro de 2025

Às vésperas da COP, Povos Indígenas cobram demarcação de terras - 67 só dependem de uma assinatura de Lula

Povos indígenas e comunidades tradicionais levam documento gigante e caneta inflável a Brasília com mensagem clara para Lula.

Foto: Divulgação
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APIB Comunicação

14 outubro, 2025 às 08:04

Brasília, 13 de outubro - Lideranças indígenas e de comunidades tradicionais realizaram, nesta terça-feira, dia 14 de outubro, uma marcha para cobrar do presidente Luís Inácio Lula da Silva e do Ministro Ricardo Lewandowski a conclusão de 104 processos de demarcação de Terras Indígenas que aguardam decisão do governo — 37 dependem do Ministro da Justiça e 67 da assinatura direta do presidente. 

O grupo levou uma caneta inflável de 5 metros e um documento gigante até a Esplanada dos Ministérios, próximo ao Ministério da Justiça, para simbolizar que a decisão está literalmente nas mãos do governo, à espera de uma assinatura que precisa acontecer até a COP30. Ao avançar com essas demarcações, Lula pode, ao mesmo tempo, cumprir uma promessa de campanha e realizar uma ação concreta nessa que é considerada pelo governo a COP da implementação, deixando um legado de justiça climática e de respeito à Constituição.

O ato foi promovido pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), com apoio da Avaaz e de diversos outros movimentos sociais e organizações da sociedade civil, como parte da Pré-COP Indígena, evento paralelo à Pré-COP dos Estados, onde países negociam compromissos climáticos. A campanha #DemarcaLula é apoiada por uma petição da Avaaz, que já reuniu mais de um milhão de assinaturas pedindo que o presidente anuncie novas demarcações antes ou durante a COP30. 

Kleber Karipuna, Diretor Executivo da APIB, afirma: “Cada terra indígena demarcada é um escudo contra o desmatamento. A ciência comprova o que já sabemos: terra demarcada é floresta em pé e viva. Só nossos territórios na Amazônia geram 80% das chuvas que regam o agronegócio no Brasil. Na COP30, o presidente Lula pode mostrar ao mundo que o Brasil lidera com ações, não com promessas. Basta uma caneta e coragem para transformar a história do país e do clima”.

A demarcação de Terras Indígenas é uma das ações mais eficazes, imediatas e de baixo custo que o Brasil pode adotar para enfrentar a crise climática. Apenas na Amazônia, entre 2001 e 2021, esses territórios absorveram cerca de 340 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera, o equivalente às emissões anuais de combustíveis fósseis do Reino Unido. As Terras Indígenas já demarcadas da Amazônia apresentam índice de desmatamento baixíssimo, tendo perdido historicamente apenas 1,74% de sua vegetação original. Além de conservar a biodiversidade e o equilíbrio climático, demarcar reduz doenças respiratórias associadas à fumaça das queimadas, protege nascentes e fortalece a segurança jurídica e o modo de vida dos povos indígenas, que são os verdadeiros guardiões das florestas brasileiras.

Mauricio Guetta, Diretor de Direito e Políticas Públicas da Avaaz, diz: “Lula está diante de uma escolha histórica e moral: agir ou falhar com o direito dos Povos Indígenas e com o futuro do planeta. A demarcação não é um gesto de boa vontade, é uma obrigação constitucional e uma das ações mais eficazes para enfrentar a crise climática. Não podemos esperar que a destruição avance sobre os territórios para depois lamentar. A COP30 é a oportunidade de remediar séculos de injustiça”.

Preparamos um briefing com dados importantes sobre a importância das demarcações como legado climático da COP30.  Você pode conferir o briefing neste link.

O ato em Brasília faz parte da campanha “A Resposta Somos Nós", de diversas organizações indígenas como APIB, e da campanha #DemarcaLula, apoiada por uma petição da Avaaz, que já reuniu mais de um milhão de assinaturas pedindo que Lula anuncie novas demarcações antes ou durante a COP30. A APIB lançou neste ano a NDC Indígena, uma contribuição climática construída pelos próprios povos, que propõe incluir a proteção de territórios, saberes e modos de vida como parte das metas oficiais do Brasil no Acordo de Paris.

Para mais informações e pedidos de entrevista:

  • Avaaz: 

media@avaaz.org 

Nana Queiroz: (11) 95865-7515

  • APIB: 

comunicacao@apiboficial.org

Samela Sateré Mawé, coordenadora de comunicação da APIB: (92) 98285-5077  

Yago Kaingang/Fulni-ô, coordenador de comunicação da APIB: (43) 98865-1166  

Ariel Bentes, jornalista na equipe de comunicação e imprensa da APIB: (92) 99430-3762

  • Up Comunicação Inteligente:

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Emanuelle Araújo: (13) 98843-6047

Ana Alverca: (61) 99988-0798