O cenário climático no Tocantins e o fenômeno El Ninõ e suas consequências foram os principais temas do I Seminário de Clima, realizado pela Energisa, em Palmas. O evento ocorreu na manhã desta terça-feira, 19, no auditório da própria concessionária de energia elétrica. A realização teve mediação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins (SindjorTO), e apoio da Defesa Civil Estadual e 1º Batalhão de Bombeiros Militar.
A abertura do Seminário foi com a Dra. Ana Paula Paes, meteorologista especialista em eventos climáticos extremos e doutora em eletricidade atmosférica pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Em suas abordagens, Ana Paula Paes detalhou uma série de questões climáticas pela qual o Tocantins tem passado, bem como as demais partes do país, devido às ações do fenômeno El Niño e suas consequências. Por aqui, a situação é de pouca chuva e, segundo a meteorologista, vai continuar com boa medida de sol durante, pelo menos, o primeiro trimestre de 2024.
Ana Paula pontuou, por meio de projeção aos jornalistas e demais convidados, ilustração de sol e de chuva, e, segundo ela, só a partir de abril, o Tocantins deverá receber as tão desejadas precipitações.
Convidados da Concessionária Energisa, a Defesa Civil Estadual e o 1º Batalhão de Bombeiros Militar participaram do Seminário durante o Painel sobre o que esperar para os próximos meses e como se preparar para o período. A Defesa Civil foi representada pelo coronel Erisvaldo Alves, superintendente do Comando de Ações de Defesa Civil, e o 1º BBM pelo tenente-coronel Alex Matos Fernandes, comandante da Unidade Operacional.
As questões sobre os temas foram levantadas por diversos jornalistas que participavam do evento, sob mediação de Alessandra Bacelar, presidente do SindjorTO, e o também jornalista Wherbert Araújo.
Além de elogiar a realização, o coronel Erisvaldo Alves destacou a importância do Seminário, oportunidade para ressaltar as ações conjuntas da comunidade visando a proteção do meio ambiente como um todo, e mencionou o Comitê Estadual do Fogo, liderado pela Defesa Civil Estadual, e que contribuiu para diminuir em cerca de 40% os índices de queimadas no Tocantins.
"Não há como fugir das discussões sobre mudanças climáticas. Isso está aí, batendo à nossa porta e é necessária a discussão. E também não há como passar essa discussão sem a presença e sem a participação da Defesa Civil", garante o superintendente.
Para o superintendente, o fazer defesa civil vai muito além de estar com um colete laranja e aparecer durante um desastre. “Defesa civil não é quem está com o colete laranja, e sim um sistema. Todo mundo que faz uma ação para socorrer, dar assistência ou restabelecer um serviço essencial, faz uma ação de defesa civil. E com isso a gente tem várias políticas públicas envolvidas. Cidades mais resilientes, são aquelas com planos diretores que podem definir melhor onde construir uma casa, são cidades melhores para o escoamento de água quando há uma grande chuva, com casas que não vão ter deslizamentos com as chuvas”, pontuou.
Na visão do gerente da Energisa, Alberto Alves, observar as questões climáticas é fator de primeira grandeza e isso já está inserido no dia a dia da concessionária. “As mudanças climáticas estão cada vez mais no planejamento estratégico das empresas, e essas mudanças fazem parte do planejamento da Energisa desde o planejamento macro, até ao planejamento diário do nosso Centro de Operação. A gente olha para a previsão do tempo de manhã e no final do dia, e assim planeja o próximo dia de trabalho. É fator essencial para a tomada de decisão", concluiu.