A Aldeia Porteira, Terra Indígena Xerente, localizada no município de Tocantínia, tem recebido o trabalho de etnomapeamento como parte do Progeta Porteira (Projeto de Gestão Territorial e Ambiental da Aldeia Porteira). O etnomapeamento é um processo de identificação e compartilhamento de informações sobre o uso e a conservação das terras indígenas, visando a estruturação de planos de gestão territorial e ambiental.
A iniciativa está sendo realizada pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Fundação Nacional do Índio (Funai), Associação Indígena Nrozawi, Ibama/PrevFogo e Prefeitura Municipal de Tocantínia.
Segundo André Matsubara, servidor da Funai/CR-Araguaia-Tocantins, o trabalho de etnomapeamento na Aldeia Porteira tem se baseado nas necessidades do povo Xerente que lá vive. "Neste momento, o objetivo é mais pontual, que é levantar as áreas prioritárias para conservação ambiental da região da Aldeia Porteira, conforme o que a comunidade entenda que é prioridade", ressaltou Matsubara.
De acordo com o presidente da Associação Indígena Nrozawi, Devanir Xerente, o trabalho na aldeia envolve toda a comunidade, de jovens a anciãos. "Nós estamos fazendo o etnomapeamento para verificar como a natureza está: o solo, o que está faltando, a pesca, a caça, e tudo que possa contribuir para a sobrevivência da nossa cultura tradicional. Tudo isso vai ajudar a aldeia toda", destacou.
O Projeto de Gestão Territorial e Ambiental da Aldeia Porteira, que envolve o trabalho de etnomapeamento, tem financiamento do Banco Mundial via edital DGM FIP Brasil (Mecanismo de Doação Dedicada). Com recursos financeiros no valor de R$ 198 mil, o projeto pretende, além do etnomapeamento, a conservação de três nascentes, construção de um viveiro de mudas nativas e a construção de uma casa de Cultura na Aldeia Porteira.