Sexta, 07 de Novembro de 2025

Governo do Tocantins lança o projeto Floresta+ para recompensar financeiramente produtores que preservam a vegetação nativa em seus imóveis

No Tocantins, as ações serão voltadas ao fortalecimento da regularização ambiental, especialmente no que se refere ao Cadastro Ambiental Rural.

Washignton Luiz/Governo do Tocantins
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Fábia Lázaro / Governo do Tocantins

07 novembro, 2025 às 21:16

O Governo do Tocantins lançou, nesta sexta-feira, 7, na sala de reuniões do Palácio Araguaia Governador José Wilson Siqueira Campos, em Palmas, o projeto Floresta+ Amazônia – modalidade Conservação, que visa reconhecer pequenos produtores, proprietários ou possuidores de imóveis rurais que protegem e recuperam a floresta, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

O lançamento foi conduzido pelo secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Divaldo Rezende, que representou o governador Laurez Moreira, e pelo presidente do Naturatins, Clédson Lima.

O evento contou ainda com a presença da diretora de Políticas para Controle do Desmatamento e Incêndios do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Roberta Cantinho, e de Carlos Casteloni, representante da coordenadora do Projeto Floresta+ do Programa Nacional das Nações Unidas (PNUD).

O projeto é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e financiado com recursos do Fundo Verde do Clima (GCF). No Tocantins, a ação é executada pela Semarh e pelo Naturatins.

A principal estratégia do programa é o pagamento por serviços ambientais (PSA) — uma remuneração destinada a pequenos produtores que mantêm a vegetação nativa conservada em seus imóveis. No Tocantins, as ações serão voltadas ao fortalecimento da regularização ambiental, especialmente no que se refere ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), requisito essencial para participação no programa.

“O projeto Floresta+ Amazônia  tem objetivos e diretrizes que reforçam o compromisso do Governo do Tocantins com o desenvolvimento sustentável do Estado. Essa iniciativa é mais um passo para a preservação ambiental e o apoio àqueles que contribuem para isso”, destacou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Divaldo Rezende. 

O presidente do Naturatins, Clédson Lima, reforçou que o Governo do Tocantins tem trabalhado firmemente em prol da preservação do meio ambiente, conciliando a conservação com o desenvolvimento econômico.

 “Estamos construindo um modelo de gestão que valoriza a floresta em pé, garantindo sustentabilidade e oportunidades para os produtores rurais tocantinenses”, destacou. 

Projeto Piloto

A diretora de Políticas para Controle do Desmatamento e Incêndios do MMA anunciou que o projeto terá início por Araguaína, município escolhido para receber a iniciativa piloto do programa. Na região,  461 agricultores estão aptos a serem recompensados financeiramente.

A diretora também ressaltou a redução de 11% do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, o que demonstra o esforço conjunto entre governo federal, estados e municípios.

“O projeto Floresta+ Amazônia é resultado direto da redução do desmatamento no Brasil entre 2014 e 2015. Conseguimos, assim, captar recursos do Fundo Verde do Clima, totalizando 96 milhões de dólares, fruto do mecanismo de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). Hoje, conseguimos, felizmente, compensar quem está na ponta conservando a floresta e produzindo com responsabilidade”, destacou.

Até o momento, o Floresta+ já beneficiou 22.193 produtores rurais em todo o país, com o pagamento total de R$ 16.702.199 em PSA. Cada proprietário pode receber pela preservação de suas áreas de reserva valores referentes entre  R$ 200 a 800 por hectares, correspondentes aos anos de 2025, 2026 e 2027.

Recomendação

O promotor de Justiça e responsável pelo Centro de Apoio Operacional do Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma), Saulo Vinhal da Costa destacou que o Floresta+ é um marco definitivo na transição de uma política de punição para uma economia de recompensas, valorizando a floresta em pé.

“O Floresta+ deve ser um apoio para quem quer se regularizar”, afirmou o promotor, que apresentou três recomendações ao programa: Garantir assistência técnica aos produtores; fazer do pagamento um motor de recuperação ambiental, priorizando áreas de preservação permanente, nascentes e bacias, transformando o passivo ambiental em ativo econômico; assegurar transparência e inclusão, com editais simplificados, para garantir que o recurso chegue a quem realmente conserva.

Programa Retificar

No Tocantins, o Floresta+ Amazônia será executado em parceria com o projeto Retificar da Confederação Nacional da Agricultura(CNA) e  Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (Faet).

O responsável pelo programa na entidade, Luiz Cláudio, apresentou detalhes sobre a iniciativa, que promoverá um mutirão entre os dias 24 e 28 deste mês, em Araguaína, para cadastrar os produtores. Além de Araguaína, foram mapeados outros 20 municípios a serem atendidos.

O projeto Retificar tem como objetivo auxiliar os produtores rurais na atualização e retificação do CAR, garantindo que os cadastros estejam de acordo com o Código Florestal e sejam analisados e validados pelo Naturatins.

A validação do CAR é um dos critérios essenciais para que o produtor se torne apto a participar do Floresta+. Assim, os dois projetos se complementam, fortalecendo o pequeno produtor rural e promovendo sustentabilidade, segurança jurídica e valorização da conservação ambiental no Tocantins.

Presenças

O evento contou ainda com a presença do procurador da República, Dr. Bernardo Meyer Cabral Machado; do secretário executivo da Pesca e Aquicultura, Roberto Sahium; do presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Adenieux  Santana; da defensora pública e coordenadora do Núcleo da Defensoria Pública Agrária e Ambiental, Kênia Martins; do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente de Araguaína, Joaquim Quinta  Neto; do diretor de Projetos Paisagens Sustentáveis – CI Brasil, Carlos Eduardo, além de secretários municipais, presidentes de sindicatos rurais e representantes de federações ligadas ao setor produtivo.