O ano de 2022 começou com um novo passo do Tocantins no processo de acompanhamento contínuo da situação da seca no estado, o Monitor de Secas, um programa realizado nacionalmente em conjunto com a Agência Nacional das Águas (ANA). A partir deste mês de janeiro, o Tocantins passa a ser um dos estados responsáveis pela autoria dos mapas do bloco regional Norte e Centro-Oeste, junto ao estado de Goiás. A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) é o órgão responsável pela execução do programa no Tocantins e, até então, realizava apenas a validação dos dados.
A secretária do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Miyuki Hyashida, recebeu a equipe formada por técnicos da ANA e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), presente no Tocantins para dar início a esse novo papel do estado no monitoramento das secas. Miyuki destacou a importância do trabalho desenvolvido pela Diretoria de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Semarh e da parceria com a ANA, fundamental para a execução de diversas ações da pasta. “Todas as frentes de monitoramento são importantes para o Estado, seja das secas, da quantidade de água, da redução de área queimada ou do desmatamento, são ações de comando e controle que prestam contas à sociedade e auxiliam nas tomadas de decisão”, ressaltou.
Primeiro da região Norte
O Tocantins foi o primeiro e ainda é o único estado da região Norte a aderir ao Monitor de Secas. Os dados gerados através de sensoriamento remoto (imagens à distância), de estações de superfície (como as Plataformas de Coleta de Dados - PCD’s) e da rede de observadores são validados pelas equipes técnicas da Semarh e da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, que ficam a cargo do levantamento das informações locais mensalmente. Essas informações são importantes para o alerta precoce e a previsão de secas, auxiliando na elaboração de políticas públicas e prevenção de crises.
A partir de 2022, o Tocantins passa a atuar também na autoria dos mapas do bloco regional Norte/Centro-Oeste, que inclui os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. A coordenadora de Articulação para a Gestão de Eventos Críticos da ANA, Alessandra Daibert, pontuou que o Monitor de Secas “é uma ferramenta importante que oferece uma resposta rápida à sociedade sobre as secas. O programa está crescendo, ainda este ano queremos incluir mais três estados da região Norte. E o trabalho realizado pela equipe do Tocantins tem sido muito bem executado, com uma equipe envolvida”.
A pesquisadora da Funceme, Juliana Oliveira, que esteve no Tocantins na época da adesão ao Monitor de Secas, deu ênfase ao empenho da equipe tocantinense formada pelos técnicos Francisco Medeiros Junior, que recebeu treinamento para essa nova fase, e André de Moura Andrade. “Viemos oferecer apoio nesse novo papel que o Tocantins assume agora, ainda mais protagonista, contribuindo para o traçado do Mapa de Monitor de Secas da região”, disse. Além de Juliana, o meteorologista Leandro Valente Jacinto, da Funceme, também está no Tocantins auxiliando no processo de elaboração do mapa.
Para o diretor de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Semarh, Aldo Araújo de Azevedo, apesar do Tocantins não enfrentar situações severas de seca como outros estados da região Nordeste, é preciso entender o conceito de seca relativa - as janelas anuais em que a baixa quantidade de chuvas traz impactos para diversas atividades. “O Monitor de Secas traz indicadores regionais que auxiliam o produtor rural, por exemplo, a ter um dado mais preciso que pode auxiliar, na quebra de safra, a acionar o seguro agrícola.Esse é um benefício direto para a população”, explica.
A equipe permanece durante toda a semana em Palmas onde vai trabalhar, em conjunto com os técnicos da Semarh, na elaboração do primeiro mapa do ano, relativo ao mês de dezembro de 2021, já sob autoria do Tocantins. Assim que estiver concluído, o mapa será publicado no site www.monitordesecas.ana.gov.br.
Monitor de Secas
Nascido em 2014, o Monitor de Secas conta atualmente com a adesão de 20 estados mais o Distrito Federal, divididos em três estados autores no bloco regional Nordeste, outros três no bloco Sul/Sudeste e dois no bloco Norte/Centro-Oeste. Um de seus objetivos é integrar o conhecimento técnico e científico já existente em diferentes instituições estaduais e federais, um esforço colaborativo, para alcançar um entendimento comum sobre as condições de seca, como: sua severidade, a evolução espacial e no tempo, e seus impactos sobre os diferentes setores envolvidos.
O Monitor facilita a tradução das informações em ferramentas e produtos utilizáveis por instituições tomadoras de decisão e indivíduos, de modo a fortalecer os mecanismos de Monitoramento, Previsão e Alerta Precoce. O trabalho responde a uma necessidade histórica de melhoria no monitoramento e gerenciamento das secas no Brasil e representa o primeiro de muitos passos necessários para uma radical e urgente mudança de abordagem que permita lidar com a seca desde os seus primeiros sinais. Trata-se de um mecanismo de integração da informação de nível federal, estadual e municipal nas áreas de meteorologia, recursos hídricos e agricultura.