Sexta, 22 de Novembro de 2024

Aleto lança campanha contra a discriminação racial

Idealizada pela jornalista Maju Cotrim, presidente do Instituto Crespas-TO

Foto: Divulgação/Maju Cotrim
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Luiz Melchiades

21 março, 2024 às 18:19

No Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, celebrado em 21 de
março, a Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), em parceria com o
Instituto Crespas -TO, lança a Campanha “Conscientização”.

Idealizada pela jornalista Maju Cotrim, presidente do Instituto
Crespas-TO, a campanha consiste na veiculação vídeos educativos pela TV
Assembleia, com mensagens que revelam o preconceito por trás de
brincadeiras pejorativas e expressões utilizadas de forma corriqueira e
irrefletida por parte da sociedade.

Em alguns vídeos, Cotrim revela que expressões como “Lista negra”, “Da
cor do pecado”, “A coisa está preta”, “Negra dos traços finos”, “Pé na
cozinha” e “Não sou tuas negas”, dentre outras, são usadas para reforçar
estereótipos contra pessoas negras, sempre no sentido de
inferiorizá-las.

Em outros vídeos, a jornalista reflete sobre a importância de reconhecer
a existência do racismo como fundamental para combatê-lo. “É uma prática
comum camuflar o racismo em formas ofensivas de brincadeiras.
Normalmente, o próprio racista não admite o seu preconceito, mas age
diariamente de forma discriminatória”.

Ainda segundo Maju, os racistas não temem a Justiça porque não enxergam
o crime nesse tipo de postura. “O racismo é visto como brincadeira, como
“mimimi”, como vitimismo. Então, a falta da seriedade para lidar com o
tema, e a negação do racismo, fazem com que, infelizmente, ele continue
se perpetuando nas instituições e entranhado na sociedade”, avalia.

Luta por direitos

Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional
Contra a Discriminação Racial celebra a luta e a conquista dos direitos
sociais para todas as raças.

A data faz referência ao “Massacre de Shaperville” (21 de março de
1960), que matou 69 pessoas e feriu outras 186 em Joanesburgo, África do
Sul. Na ocasião, uma multidão de cerca de 20 mil pessoas protestava
pacificamente contra a Lei do Passe, por meio da qual os negros deveriam
portar um cartão de identificação com os lugares nos quais poderiam
transitar.