Na última sexta-feira, 11 de outubro, foi lançado o projeto de construção do Centro de Fortalecimento da Cultura Xerente, que tem o objetivo de preservar e difundir a cultural da etnia, além de auxiliar no desenvolvimento do etnoturismo. O Centro é financiado pelo Projeto DGM Brasil - Mecanismo de Doação Dedicado a Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais no âmbito do Programa de Investimento Florestal, do Banco Mundial.
A obra será construída em um espaço de 80x50 metros, localizado na Aldeia Ktẽpo, a 60 km de Tocantínia e terá o formato da copa de uma árvore, abrigando um centro de convivência central e seis krys (casas) nas laterais, que simbolizam cada um dos clãs Xerente. A expectativa é que o Centro de Fortalecimento envolva também permacultura, oficinas de saberes tradicionais e desenvolvimento de roteiros turísticos.
De acordo com Srewe Xerente, presidente da União Indígena Xerente (UNIX), são 12 aldeias Xerentes envolvidas no projeto, inicialmente, e a escolha da Ktẽpo se deu por conta da localização no centro do território indígena e por uma deferência ao ancião Cacique Dakburôikwa Xerente, de 76 anos, considerado o detentor da sabedoria do seu povo. "Um ancião é uma biblioteca para a gente", ressaltou. Para Srewe, o projeto é a oportunidade dos Akwen (autodenominação usada pelos Xerentes) garantirem autonomia, emprego e renda.
O desenvolvimento do projeto arquitetônico ficou por conta do arquiteto Tomaz Lotufo, da SemMuros Arquitetura Integrada, sendo escolhido por meio de edital. Lotufo realizou oficina com a comunidade da Aldeia Ktẽpo, em julho, e recebeu propostas dos indígenas para o projeto. Segundo ele, o local será destinado a prática da cultura Xerente e recepção de turistas.
O superintendente de Cultura Agência de Desenvolvimento do Turismo e Economia Criativa (Adetuc), Álvaro Júnior, garantiu que estão previstos para serem implantados em breve projetos como o Aldeia Cidadã, o resgate das danças tradicionais e aulas de música para as comunidades indígenas.
Já o presidente da Adetuc, Tom Lyra, destacou que o etnoturismo pode ser uma oportunidade de melhorar a vida das comunidades indígenas. "O Brasil tem uma oferta muito baixa de postos de trabalho para os indígenas que vivem nas cidades, por isso é fundamental o fomento a ações que visem mantê-los em suas comunidades, mas com qualidade de vida, pontuou Lyra.