Salve, glorioses. Chegamos à última Quarta Gloriosa de 2020, um ano de desafios mas também aprendizados.
Começamos com a missão de compartilhar a trajetória daqueles que dão rosto à luta indígena brasileira, e em 1 de janeiro saudamos Cacique Raoni Metukire no Dia Mundial da Paz.
Nesses 12 meses, também saudamos as ideias para adiar o fim do mundo propostas por Ailton Krenak, a voz adolescente da Amazônia que é Beka Munduruku; navegamos pela poesia de Eliane Potiguara, pelos mistérios de Hushashu e a luta política de Joênia Wapichana e Sônia Guajajara. Além, é claro, do transformismo de Uyra Sodoma e tantas outras histórias de vida que desvendamos a cada Quarta Gloriosa.
Como é rica a cultura ancestral brasileira e diversos os povos originários!
Chegamos agora em dezembro com gratidão por tudo o que essas pessoas nos ensinaram e ensinam; por compartilharem suas vivências muitas vezes dolorosas e nos lembrarem da sabedoria essencial que comumente estamos fadados a esquecer.
Este ano foi uma jornada, e como é bom chegar ao final dela compartilhando conquistas. Davi Kopenawa, a voz yanomami, mais novo membro colaborador da Academia Brasileira de Ciências.
Uma instituição centenária, responsável pelo avanço científico do nosso país e seu compartilhamento com o mundo, agora abre os braços para uma liderança indígena se fazer ouvir.
Davi é um dos maiores líderes brasileiros, reconhecido e premiado internacionalmente pelo seu compromisso com os povos da floresta. Contamos sua história em abril. Relembre aqui.
Ainda com todas as dores de 2020, novos ventos virão. E que o clamor das matas e dos rios seja ouvido na Academia e em toda a sociedade.
O futuro é indígena. Viva Davi Kopenawa!
“Quando seus olhares acompanharem o traçado de minhas palavras, vocês
saberão que estamos ainda vivos.”
(Davi Kopenawa – A Queda do Céu)