Quarta, 10 de Dezembro de 2025

Avanços ambientais no Tocantins são apresentados pelo MPTO em seminário de sustentabilidade

Ferramenta foi destaque do debate da tarde e promete agilizar responsabilização ambiental e ampliar capacidade fiscalizatória no Estado

Foto: Divulgação
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Diretoria de Comunicação Social - DICOM

09 dezembro, 2025 às 23:24

O protagonismo do Ministério Público do Tocantins (MPTO) na modernização do controle ambiental ganhou novo marco nesta sexta-feira, 5, com o anúncio de que, a partir de 2026, a instituição implantará um sistema de autuação automática de desmatamentos, inspirado em modelo já utilizado em Mato Grosso do Sul. A informação foi apresentada durante o  seminário “Controle e Sustentabilidade Ambiental: Desafios e Oportunidades em um Novo Cenário Legislativo”, realizado na sede do órgão, em Palmas.

A nova tecnologia integra análise automática de alertas de desmatamento, cruzamento de bases federais e estaduais e geração imediata de autuações administrativas, reduzindo prazos de resposta e fortalecendo a responsabilização de infratores ambientais.

Painel destaca protagonismo técnico do MPTO

O anúncio integra os temas discutidos no Painel “Boas Práticas do MPTO nos Grandes Temas Ambientais do Tocantins”, mediado pela promotora de Justiça Maria Cristina da Costa Vilela e apresentado pelos promotores Saulo Vinhal da Costa e Jorge José Maria Neto.

O painel colocou em evidência as estratégias do MPTO para articular tecnologia, dados e atuação institucional especializada na prevenção de ilícitos e na construção de soluções duradouras para conflitos ambientais complexos no Tocantins.

Radar Ambiental amplia transparência e monitoramento contínuo

Durante a exposição, o coordenador do Caoma, promotor Saulo Vinhal, apresentou a evolução do Radar Ambiental, plataforma que permite acompanhar, em tempo real, desmatamentos, focos de calor, áreas embargadas e movimentação florestal no Estado.

O sistema consolida dados históricos e georreferenciados e já embasou ações estruturantes, como a detecção de mais de 1.300 fraudes em compensações de reserva legal (2012–2014).

“Mais que fiscalizar, é garantir ao cidadão dados acessíveis e instrumentos para compreender o que ocorre e cobrar respostas qualificadas”, destacou.

Bacia do Rio Formoso

No segundo eixo do painel, o promotor Jorge José Maria Neto apresentou a experiência do MPTO na solução da crise hídrica da Bacia do Rio Formoso, deflagrada em 2016. O caso foi conduzido pela via do processo estrutural, envolvendo setor produtivo, comunidades indígenas, órgãos ambientais e Poder Público.

A atuação resultou em acordos inéditos e na implementação de modelo de regulação hídrica permanente, baseado em limites, ciência e responsabilidade compartilhada.

“Saímos da urgência e alcançamos governança de alto nível, com decisões sustentadas por evidências e diálogo”, afirmou.