Quinta, 18 de Abril de 2024

Cerrado

Dia Nacional do Cerrado será comemorado nesta sexta-feira, 11

O bioma abrange cerca de 90% do território tocantinense

Fotos: Marcel de Paula/Governo do Tocantins
post


10 setembro, 2020 às 19:36

Nesta sexta-feira, 11, o calendário ambiental brasileiro traz o Dia Nacional do Cerrado e o Governo do Tocantins conta com apoio do efetivo do Exército Brasileiro às forças de combate aos incêndios florestais do Estado. O Tocantins tem investido em ações de combate aos incêndios florestais, fortalecidas pelas parcerias interinstitucionais. O Cerrado ocupa pouco mais de dois milhões de km2 de extensão no país, com áreas contínuas em 12 estados. No Tocantins, o bioma abrange cerca de 90% de todo o território e o Estado mantém uma parcela protegida, em unidades de conservação (UCs) estaduais de proteção integral e de uso sustentável.
 
Com grupos aéreos e terrestres, equipes do Exército Brasileiro, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, Defesa Civil, Segurança Pública do Estado, brigadistas e guarda-parques do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) intensificaram a atuação em campo no combate ao fogo na Serra do Lajeado e Taquaruçu, para controle de incêndios florestais na região e alcance de focos de fogo, em locais de difícil acesso. O objetivo da operação conjunta é evitar a propagação de chamas nas propriedades rurais e proteger o bioma Cerrado.
 
“Em 2020, o Governo do Tocantins uniu forças institucionais no Comitê do Fogo, que hoje conta com informações obtidas por meio de tecnologias de monitoramento, orientação para população, reforço dos equipamentos das brigadas de prevenção, preparo das equipes de combate e apoio do Exército, para as operações no período crítico de estiagem. No combate ao fogo durante esse período vencemos etapas, mas as condições do clima exigem atenção e ações diárias até o retorno das chuvas”, destaca Sebastião Albuquerque, presidente do Naturatins.
 
“Neste ano, antes de se estabelecer o período de estiagem, os brigadistas do Naturatins que atuam nas UCs [Parques, Monumento e áreas de proteção ambiental] realizaram ações de prevenção do Manejo Integrado do Fogo (MIF), para reduzir a massa vegetal que eleva o potencial de incêndio florestal, no período crítico de estiagem. As equipes também ofereceram apoio às operações coordenadas pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, em locais próximos às áreas de proteção ambiental”, reitera Warley Rodrigues, diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto.
 
Jorge Leonam Barbosa, gerente de Pesquisa e Informações da Biodiversidade pontua aspectos relevantes do Cerrado. “Esse é segundo maior bioma sul americano e ocupa 22% do território brasileiro, onde é o guardião de nascentes, das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul, Amazônica-Tocantins, São Francisco e Prata. Seus recursos naturais são habitats de centenas de espécies da fauna e da flora brasileira. Nessa época, as folhas dos Ipês caem como forma de defesa da árvore e dão lugar às flores na cor roxo, rosa, branco e amarelo”, enfatiza o gerente.
 
“No Tocantins, a maioria das UCs se encontra na zona de transição ou ecótono entre os biomas Cerrado e Amazônico, sendo a maior parte de uso sustentável. As demais estão no bioma Cerrado, mas sua maior parte é de Proteção Integral. Neste ano, o Tocantins aprovou o Plano de Ação para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Cerrado Tocantins - PAT Cerrado Tocantins e instituiu o Grupo de Assessoramento Técnico”, conta Gilberto Iris Souza de Oliveira, gerente das Unidades de Conservação - Parques Estaduais e Monumento Natural.


 
“O Cerrado possui grande importância social para comunidades indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras e vazanteiros, que usam o conhecimento tradicional para extrair desse bioma a sobrevivência de suas famílias. Mais de 220 espécies de sua flora têm uso medicinal e outras 416 podem ser usadas na recuperação de solo degradado, além de possuir dezenas de frutos e sementes comestíveis”, afirma Rodrigo de Freitas, gerente de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico.
 
“A fauna do Cerrado também é extremamente rica, sendo este bioma, o ambiente de contato entre diversas espécies endêmicas. No Tocantins, as aves são um atrativo especial, pela beleza das cores, do voo ou do canto, grande variedade de espécies e importância ecológica, sendo uma grande vitrine para aos amantes da observação de aves. Além disso, no Estado, o Curió (Sporophila angolensis) é o passeriforme silvestre nativo mais prestigiado pelos criadores regularizados. Essa espécie tem estado de conservação considerado pouco preocupante, de acordo com a classificação da IUCN [The International Union for Conservation of Nature’s]”, esclarece Tiago Scapini, biólogo do Instituto.
 
No Cerrado já foram catalogados entorno de 837 espécies de aves, 199 de mamíferos, 1.200 de peixes, 180 de répteis e 150 de anfíbios. Estima-se que 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins trópicos também se hospedam nesse bioma. Em relação à flora, mais de 11,6 mil espécies de plantas nativas do Cerrado já foram registradas e dezenas de frutos são popularmente conhecidos, comercializados e comestíveis, como o Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa), Cagaita (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do cerrado (Anacardium humile) e Araticum (Annona crassifolia), além de sementes como o Barú (Dipteryx alata).