As hortas comunitárias têm se tornado uma alternativa cada vez mais popular para a geração de renda e socialização, além do cultivo de alimentos frescos e saudáveis. Nesse quesito, a capital do Tocantins se destaca com 22 hortas comunitárias em atividade, as quais atendem cerca de 450 famílias. Essa iniciativa é coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) que presta assistência técnica aos produtores e entrega produtos como adubos, sementes e defensivos naturais.
O trabalho das equipes técnicas, ofertado pelo município, é fundamental para garantir a qualidade dos produtos cultivados e o sucesso do empreendimento. O engenheiro agrônomo, Antônio Luiz, responsável pelas hortas comunitárias de Palmas, explica que o projeto acontece desde 1992 e destaca o trabalho da Prefeitura que "entrega a área cercada, com os canteiros prontos, caixa d´água para irrigação e ainda oferece, durante todo o ano, serviços de manutenção, cursos, assistência técnica e alguns insumos”.
Juari Pereira da Silva, 37 anos, começou a cultivar após um acidente ocorrido com sua esposa, que passou a demandar muito dos cuidados dele. “Como não estou podendo ter um emprego fixo, daqui tiro o sustento da minha família. Eu me identifiquei tanto que, mesmo quando eu voltar a trabalhar, não quero deixar de ter meus canteiros”. Além de proporcionar uma fonte de renda para o produtor, a horta também ajudou a melhorar a alimentação da sua família com hortaliças frescas e saudáveis.
O cultivo de hortaliças pelo aposentado José Cícero da Silva vai muito além de um complemento na renda familiar, proporcionou um salto em sua qualidade de vida. Aos 82 anos, o aposentado começou com três canteiros na horta da Arse 132 (1306 Sul) e hoje cultiva sozinho 10 canteiros. “Venho todos os dias, duas vezes ao dia, e enquanto tiver vida e saúde vou continuar trabalhando”, afirma.
As hortas comunitárias também são um importante espaço de convivência e socialização. Elas ajudam a promover a integração entre os produtores e a comunidade local, fortalece os laços sociais e estimula o trabalho em equipe. Marina Gomes, de 55 anos, lembra que quando começou a cultivar na horta da Arse 122 (1206 Sul) estava com depressão e o trabalho foi para ela uma terapia. “Hoje me sinto bem melhor, daqui tiro toda minha renda e cultivo, além de hortaliças, algumas plantas ornamentais e medicinais". A produtora conta que as ervas medicinais são as mais procuradas por seus clientes que, ao longo dos anos, se tornaram amigos.
Nas 22 hortas espalhadas pela cidade, a população pode encontrar diariamente hortaliças fresquinhas como alface, couve, salsinha, cheiro verde, rúcula e também ervas medicinais.