Com objetivo de promover ações de saúde para a população indígena, a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) realizou na quarta-feira, 21, uma reunião de alinhamento e pactuação de ações, em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena Tocantins (DSEI-TO) e o Ministério da Saúde (MS). Na oportunidade foi discutida a formação de profissionais quanto à assistência em saúde na perspectiva do território, cultura e etnia dos indígenas.
Participaram da reunião, representantes da Superintendência de Políticas de Atenção à Saúde (SPAS), Programa Diversidade na Saúde (PDS) da SES-TO, Diretoria da Atenção Primária (DAP), Distrito Sanitário Especial Indígena Tocantins (DSEI-TO).
O coordenador Distrital de Saúde Indígena do Tocantins, Hará Javaé, afirmou que “a importância da reunião de hoje é o alinhamento para que possamos concretizar e ajustar as informações sobre a saúde indígena entre o Estado e os municípios, para que eles possam ter ciência do papel da saúde indígena. Precisamos trabalhar dessa forma, fortalecendo nossas informações de saúde. É importante levar conhecimento aos órgãos competentes, para trazer resultados ao atendimento da saúde indígena”.
“A reunião de hoje é voltada aos povos originários, estamos trabalhando a saúde indígena com a participação do Distrito Sanitário Especial Indígena Tocantins. Essa reunião é importante, porque de certa forma fazemos a aproximação dos órgãos responsáveis, identificando as fragilidades desses povos no seu território, e nós queremos trabalhar essas fragilidades apoiando com estratégias para a melhoria da saúde dessa população”, relatou a diretora da Atenção Primária da SES-TO, Cleide Soares.
O coordenador do Programa Diversidade na Saúde da SES-TO, Francisco De Assis Neves Neto, afirmou que “nessa reunião de hoje, estamos discutindo estratégias para melhorias na saúde indígena de todo o estado, tanto municipal, quanto estadual. Estratégias para os aldeados, que são aqueles indígenas que estão dentro das aldeias, e também os não aldeados, que é a população indígena que está dentro das cidades. Esse encontro, com todas essas áreas técnicas que discutem a pauta, é para a melhoria desse atendimento”.
A psicóloga e técnica da Área das Populações Vulneráveis da SES-TO, Paula Rei Vilela, falou sobre as ações que serão desenvolvidas em 2024. “Na Atenção Primária, estamos agora com a Área das Populações Vulneráveis, que tem buscado contemplar ações de cuidados primários em saúde para a população indígena e quilombola, também habilitando o processo transexualizador no Tocantins. Estamos com o trabalho de mapear os indígenas que vivem nas cidades, para desenvolver ações de capacitação junto às UBS, para os profissionais de saúde na assistência ao indígena. Temos pensado em uma perspectiva de planificação de ações, para habilitar alguns hospitais que são de responsabilidade do Estado, para melhorias na ambiência. Estamos articulando também com a Secretaria dos Povos Originários, para alinhar as nossas ações, para acompanhar os indicadores que estão sendo utilizados na atualidade, no contexto do Sistema Único de Saúde”.
Segundo o Distrito Sanitário Especial Indígena Tocantins (DSEI-TO), são 12 os municípios tocantinenses que possuem população indígena residentes em aldeias: (Palmas, Araguaína, Gurupi, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Sandolândia, Santa Fé do Araguaia, Tocantínia, Tocantinópolis, Maurilândia, Itacajá, e Goiatins). Estes estão localizados em seis regiões de saúde, de acordo com o Plano Diretor de Regionalização da SES-TO.
A população indígena de responsabilidade do (DSEI-TO) é de 13.327 indígenas aldeados vivendo em 222 aldeias, representados por 14 grupos étnicos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, residem no Tocantins, 15.394 indígenas aldeados e 4.629 indígenas não aldeados. Uma das ações propostas no encontro é o mapeamento de todos os indígenas residentes nos municípios, para elaboração da linha de cuidado em saúde indígena no Tocantins.